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Médico destaca tratamentos exclusivos da Santa Casa e convoca povo para manifestação

Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Mel Rodrigues

Médicos, funcionários e membros da sociedade civil vão se reunir no próximo sábado (28), a partir das 7h, em um abraço simbólico em frente ao Hospital Estadual Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá. O ato é organizado com o objetivo de sensibilizar as autoridades, em especial a classe política cuiabana e mato-grossense, e impedir o fechamento da unidade, aberta há 200 anos e que atende pacientes de todo o estado.

Ao GD, o médico Paulo César de Figueiredo, 78, trabalhador da Santa Casa há 52 anos, e hoje a frente da luta para que o local não seja desativado, afirma que a intenção é que a população também se mobilize. Ele apela para que a comunidade engaje com a causa, mesmo que não possa participar do ato, que compartilhe nas redes sociais.

“Não permitam que a Santa Casa seja fechada. Nós pedimos ao governador que não feche a Santa Casa, as consequências serão drásticas. Muita gente pode falecer sem atendimento. Convidamos a população a estar presente para abraçar o hospital”, convocou o médico.

Com 69 anos de idade, dos quais 35 passou na Santa Casa, o cirurgião Francisco Pereira é outro especialista que também tem encampado a luta contra o fechamento do espaço. Ele conta à reportagem que, embora hoje atue na rede privada, possui muita consideração pelos anos em que atuou na rede pública de saúde e avalia como a unidade é importante para a Capital.

“Não são só 200 anos de história. A Santa Casa comporta no corpo clínico desde cirurgião pediátrica e cirurgia de adultos, da baixa a alta complexidade, como neurológica, coluna, e hoje atende como um hospital geral, inclusive com oncologia pediátrica, nefrologia, e é o único serviço de hemodiálise em crianças. Essas crianças terão dificuldades em ser tratadas em outros locais, porque a estrutura para adultos demanda adaptações. Por isso, é importante que ela continue aberta. Embora o município esteja preparando unidade de pediatria no antigo pronto-socorro com uma boa estrutura, não terá o mesmo alcance. Para onde vão às crianças? Será um desastre para a cidade”, alertou.

Também foi veiculado na imprensa que o vereador Alex Rodrigues (PV) irá participar do ato. Segundo assessoria do parlamentar, ele visitou a unidade recentemente e conversou com pacientes e familiares no local. Os relatos foram de sofrimento, incerteza e preocupação. Muitos fazem tratamento contínuo de hemodiálise, oncologia, neurologia e pediatria e não têm alternativas próximas para continuidade dos cuidados.

“São pessoas que precisam da Santa Casa para viver. Não é só um prédio, é um hospital que salva vidas todos os dias”, declarou Alex Rodrigues. “Fechar a Santa Casa é fechar as portas para quem mais precisa. A saúde pública não pode retroceder. A Santa Casa é do povo de Mato Grosso, e não vamos permitir que fechem um hospital que acolhe tantos com dignidade e cuidado”, disse.

Possibilidade de fechamento

Sob gestão do governo do Estado, a Santa Casa pode ser desativada após inauguração do Hospital Central. A informação partiu do governador Mauro Mendes (União) e do secretário de Saúde Gilberto Figueiredo há alguns meses.

Em audiência pública realizada em maio na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) parlamentares, representantes de sindicatos da área médica e outros buscaram alternativas e discussões para evitar o encerramento das atividades do hospital centenário. Contudo, até o momento, não há solução definitiva.

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